Resenha: A Menina que Roubava Livros - Markus Zusak

11:26 AM

A Menina que Roubava LivrosLivro:  A Menina que Roubava Livros 
Autor (a): Markus Zusak
Editora: Intrínseca
Páginas: 382
Nota:  





Sinopse (via skoob): Ao perceber que a pequena Liesel Meminger, uma ladra de livros, lhe escapa, a Morte afeiçoa-se à menina e rastreia suas pegadas de 1939 a 1943. A mãe comunista, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde um casal se dispõe a adotá-los por dinheiro. O garoto morre no trajeto e é enterrado por um coveiro que deixa cair um livro na neve. É o primeiro de uma série que a menina vai surrupiar ao longo dos anos. O único vínculo com a família é esta obra, que ela ainda não sabe ler. Assombrada por pesadelos, ela compensa o medo e a solidão das noites com a conivência do pai adotivo, um pintor de parede bonachão que lhe dá lições de leitura. Alfabetizada sob vistas grossas da mãe adotiva, Liesel canaliza urgências para a literatura. Em tempos de livros incendiados, ela os furta, ou os lê na biblioteca do prefeito da cidade. A vida ao redor é a pseudo-realidade criada em torno do culto a Hitler na Segunda Guerra. Ela assiste à eufórica celebração do aniversário do Führer pela vizinhança. Teme a dona da loja da esquina, colaboradora do Terceiro Reich. Faz amizade com um garoto obrigado a integrar a Juventude Hitlerista. E ajuda o pai a esconder no porão um judeu que escreve livros artesanais para contar a sua parte naquela História.




 Resenha: Na minha opinião, uma das melhores sensações que podem ocorrer quando eu termino de ler um livro acontece quando a expectativa gigantesca que eu crio sobre a história se torna muito mais suprida do que eu imaginei que seria possível. E foi exatamente isso que aconteceu com esse livro.
 A história inicia-se em 1939 no exato momento em que Liesel, aos seus 10 anos, presencia a morte de seu irmão ao lado da mãe, à caminho de uma pequena cidade nos arredores de Munique chamada Molching, onde a menina e o irmão viveriam com pais adotivos. Mas com o ocorrido, apenas Liesel chega ao destino, porém foi no enterro do irmão, quando a narradora estava invisivelmente presente, que Liesel roubou seu primeiro livro, mesmo antes de saber ler, o mais estranho de tudo era que o livro chamava-se "O Manual do Coveiro" onde haviam dicas de como se tornar um bom trabalhador no ato de abrir covas. A partir daí a pequena começou a ser chamada pela narradora como roubadora de livros, e como a própria adiantou na história, haveriam outros.
 Ao chegar à Rua Himmel, 33 (como a narradora gosta de citar), Liesel se depara com um casal à sua espera. Hans e Rosa Hubermann. 
 Rosa é uma mulher descrita como baixinha e em formato de armário, com bochechas constantemente rosadas, um talento incrivelmente nato para xingar à todos com seus melhores palavrões, e um coração maior do que se pode imaginar (já que ela não o demonstra com facilidade).
 Hans de cara me pareceu (assim como para Liesel) uma pessoa totalmente oposta à sua esposa, não só fisicamente já que ele era alto como um poste e magro como uma vara, mas também em sua forma de abordar a menina, com seus olhos prateados, seu jeito suave e mais paterno do que muitos pais biológicos. Ele é de longe a pessoa que ela mais preza ao longo da história já que ele lhe ensina grandes coisas, inclusive a ler e escrever.
 Liesel com o passar do tempo aprende a viver em Molching, joga futebol com as crianças da rua mesmo com o solo duro de gelo e faz amizade com um menino magrelo e desajeitado que lhe dá uma bolada na cara na primeira vez em que a vê. Rudy Steiner logo se declara apaixonado por Liesel e vive pedindo que ela lhe dê um beijo, o que ela sempre recusa. Ambos crescem juntos e vivem tantas aventuras que é impossível contar. Sem falar que essas aventuras e os diálogos que eles tem são uma fofura pura e me fizeram rir tanto que eu me senti numa completa montanha russa ao terminar o livro. Afinal, como é possível que um livro que me fez rir tanto também me fez chorar tanto?
 A inocência desses personagens é tão grande e tão linda que me deu vontade de sair perguntando para o mundo porque a gente tem que crescer.
 É claro que com o passar dos anos ambos desenvolvem-se fisicamente e a gente fica torcendo pelo momento em que Liesel finalmente dará o beijo tão pedido ao seu sempre apaixonado e amigo Rudy.
 O amor dele é tão lindo, sério gente, há momentos em que você lê os atos heroicos do Rudy e tem certeza de que não precisa de príncipe nenhum, apenas um amigo como ele com um amor tão grande por ela que é capaz de saltar em um rio congelante só para resgatar um livro (convenhamos meninas, quem não quer um desses?). 

 Outro personagem que conquistou meu coração foi Max Vandenburg, um judeu que tenta desesperadamente fugir das garras de Hitler e acaba indo morar escondido no porão da casa dos Hubermann. A forma como Zusak demonstrou os horrores da Segunda Guerra através de personagens tão "pequenos" no meio da Alemanha Nazista não poderia ser completa sem Max Vandenburg e os milhares de judeus que foram indiretamente narrados durante a história.


"Os rostos sofredores de homens e mulheres esgotados estendiam-se para eles, implorando não tanto ajuda - já haviam ultrapassado essa fase -, mas uma explicação. Apenas alguma coisa que diminuísse aquela perplexidade."


 Liesel e Max também criam uma amizade com o passar do tempo em que ele vive no porão de sua casa, e ambos compartilham um amor silencioso pelas palavras e o poder que elas possuem. 




 Eu havia lido resenhas sobre o livro, claro, e todas divergiam, algumas rasgavam elogios e outras diziam que a história era enrolada e chata, mas as minhas expectativas continuavam altas já que eu me mantinha no time que achava a história maravilhosa, e graças aos céus eu não mudei de lado, porque simplesmente me encantei mais por esse livro do que eu achava possível.
 Acho que não dá pra explicar a sensação que eu senti quando terminei de ler esse livro. Só posso dizer que amei cada parte, mesmo as que acabaram emocionalmente comigo, já que nelas eu tive que parar a leitura umas três vezes pra poder respirar e limpar as lágrimas que me impediam de continuar lendo. 
 Então eu vou logo avisando: sim o livro é um drama, então prepare seus lenços de papel, porque se você gostar da história de início, a probabilidade de você chorar no final é de 100%. Eu estava preparada e mesmo assim desabei, então as consequências podem ser grandes.
 Eu sinceramente fiquei procurando a parte entediante da leitura que muita gente dizia que a impedia de gostar do livro e tal, é claro que há algumas partes em que a forma de escrita do Zusak torna-se meio confusa, mas é só ter um pouco mais de tato na interpretação para conseguir levar isso numa boa. Talvez o fato de que eu já tinha lido uma outra obra do autor colaborou pra que eu tenha conseguido entender muito bem todas as entrelinhas da narração, sei lá, talvez né. 
 Agora, o que não pode ser negado por nenhum lado, independente de se gostaram ou não, é a diagramação do livro, ficou IMPECÁVEL à tal ponto que me deu vontade de chorar (de novo). Tem uma parte em que o Max escreve uma história de presente para a Liesel com as folhas arrancadas de Mein Kampf. Na narração dizia que as folhas tinham sido pintadas de branco, e por cima da escrita original Max escreveu uma nova história, mas algumas folhas ainda demonstravam em pequenas partes, a escrita original por baixo. A parte mais incrível disso? O fato de que páginas à frente, o presente de Max estava no livro exatamente como deveria estar, incluindo as frases originais do outro livro, e eu achei isso de um trabalho sem igual. Além disso, a revisão da história foi muito bem feita, já que eu não achei uma mísera vírgula fora do lugar, a Intrínseca está de parabéns!




"Pode alguém roubar a felicidade? Ou será que ela é apenas mais um infernal truque interno dos humanos?"


 É claro que eu indico esse livro, a partir de hoje, sempre irei indicá-lo e ele sempre estará na minha lista de livros-que-eu-chorei-e-amei.








 
 Espero que vocês tenham gostado da resenha. Obrigada por lerem e não esqueçam de deixar seus pitacos pra eu saber quem amou e quem odiou essa história hahahah
 Beijos e até a próxima!






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2 comentários

  1. Hey flor!
    Uau, eu acho que já estou indo pegar meus lenços!!
    Sua resenha me convenceu a ler esse livro haha! Vou explicar: Eu comecei a ler as primeiras páginas do livro, não entendi muita coisa e então desanimei :/ E agora eu estava pensando se realmente queria lê-lo, mas sim, eu quero e muito!
    Parabéns haha!

    Beijos!
    http://heartbreaker-girls.blogspot.com.br/

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    1. Como é bom ler uma coisa dessas hahahah obrigada Luiza, espero que você goste do livro a partir desse incentivo *-*
      Beijos!

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